Tendências Econômicas: Lucro da Allos cai 8,4% no 4º trimestre, impactado por juros altos

A Allos (ALOS3), maior operadora de shoppings do Brasil, encerrou o quarto trimestre de 2024 com um lucro líquido de R$ 217,4 milhões, marcando uma retração de 8,4% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar do crescimento nas operações dos shoppings e em outras áreas do balanço, o aumento das despesas financeiras impactou negativamente o resultado final.

FINANCIAS

5/8/20243 min ler

No acumulado do ano, a Allos registrou um lucro líquido de R$ 728,6 milhões, uma queda expressiva de 78,4% em comparação com 2023. Esse declínio se deve principalmente a um ganho contábil extraordinário de R$ 4,5 bilhões registrado no ano anterior, consequência da fusão entre Aliansce Sonae e BrMalls, que formou o grupo Allos. Esse impacto foi puramente contábil e não representou um ganho de caixa real.

Desempenho anual e impacto da fusão

Shopping boulevard da Allos (Foto: Divulgação)

Mesmo com a queda no lucro líquido, outros indicadores financeiros apresentaram crescimento:

  • Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 638,5 milhões no quarto trimestre, um avanço de 12,4%. A margem Ebitda subiu para 77,4%, uma alta de 2,6 pontos percentuais.

  • No acumulado de 2024, o Ebitda ajustado totalizou R$ 1,99 bilhão, um crescimento de 7,3%.

  • O FFO (Funds From Operations), que exclui efeitos não monetários, registrou R$ 467,7 milhões no quarto trimestre, um salto de 23% com margem de 56,7%. No ano, o FFO somou R$ 1,37 bilhão, alta de 29%.

  • A receita líquida da companhia foi de R$ 824,9 milhões no trimestre, aumento de 8,6%. No acumulado do ano, a receita foi de R$ 2,7 bilhões, crescendo 7,0%.

Indicadores operacionais e financeiros

O desempenho da Allos foi impulsionado por:

  • Alta de 5,6% na receita de aluguéis de lojas, beneficiada pela recuperação do IGP, que corrige os contratos de locação.

  • Expansão de 16,6% na receita de estacionamentos, puxada pelo aumento do fluxo de veículos e reajuste das tarifas.

  • Redução do custo de ocupação dos lojistas, que caiu para 9,7% no trimestre, uma melhora de 0,3 ponto percentual.

  • Ocupação média dos shoppings alcançou 96,8%, representando uma evolução de 0,5 ponto percentual em relação a 2023.

  • Inadimplência líquida negativa de 1,2%, indicando que a empresa conseguiu recuperar mais valores do que sofreu com atrasos.

Destaques de receitas e custos

Apesar dos resultados operacionais positivos, o aumento dos juros no país pesou sobre as finanças da Allos:

  • O resultado financeiro ficou negativo em R$ 280 milhões no trimestre, um aumento de 150% na despesa financeira anual.

  • No acumulado do ano, o resultado financeiro registrou um déficit de R$ 602 milhões, piora de 17%.

  • A companhia encerrou 2024 com dívida líquida de R$ 3,8 bilhões, mantendo uma alavancagem de 1,9x o Ebitda.

Impacto dos juros e endividamento

A fusão entre Aliansce Sonae e BrMalls continua gerando ganhos para a Allos. Em 2024, a empresa capturou R$ 134 milhões em sinergias, sendo:

  • R$ 104 milhões provenientes de aumento de receitas.

  • R$ 30 milhões resultantes da redução de custos e despesas.

  • A meta é atingir R$ 210 milhões em sinergias até o final de 2025.

Fusão e sinergias

O desempenho operacional dos shoppings da Allos seguiu forte:

  • As vendas totais atingiram R$ 12,5 bilhões no quarto trimestre, crescendo 8,6%.

  • No acumulado do ano, as vendas totais somaram R$ 40,1 bilhões, uma alta de 7,7%.

  • O indicador SSS (Same Store Sales), que mede as vendas nas mesmas lojas, subiu 6,6%.

  • O SSR (Same Store Rent), que reflete a evolução dos aluguéis nas mesmas lojas, avançou 6,2%.

Crescimento das vendas nos shoppings

A Allos segue focada em otimizar seus resultados financeiros, capturar sinergias da fusão e melhorar a eficiência operacional dos seus shoppings. O desafio principal será administrar os impactos das altas taxas de juros sobre suas despesas financeiras, enquanto continua a expandir suas receitas por meio do fortalecimento das operações e do aumento da ocupação dos shoppings.

Com um setor de shoppings em recuperação e a economia apresentando sinais mistos, a empresa busca equilibrar crescimento e rentabilidade, garantindo a maximização do valor para seus acionistas e lojistas.

Perspectivas para 2025

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