Moraes Torna Pública Carta de Mulher Presa por Pichação em Brasília
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu nesta quarta-feira (26) retirar o sigilo de uma carta enviada à Corte por Débora Rodrigues dos Santos. Presa desde março de 2023, Débora é acusada de pichar a estátua "A Justiça" em Brasília durante os atos golpistas de 8 de janeiro.
3/27/20252 min ler


Carta de Arrependimento e Apelo à Justiça
Escrita em outubro de 2024, a carta revela a versão de Débora sobre os acontecimentos. Segundo ela, sua participação nos protestos se deu sob a crença de que se tratava de uma manifestação pacífica. Sobre o ato de vandalismo, que consistiu em escrever a frase "Perdeu, mané" na estátua utilizando batom, Débora afirma que agiu "no calor do momento", sem compreender a importância do monumento para a história nacional.
Em tom de arrependimento, a ré se desculpa e destaca que nunca teria cometido o ato se soubesse das consequências. "Posso assegurar que não foi nada premeditado", escreveu.
Além disso, Débora enfatiza o impacto emocional e financeiro de sua prisão em sua família, especialmente para seus filhos menores de idade, que, segundo ela, "choram todos os dias" por sua ausência.
Acusações e Consequências Jurídicas
Débora Rodrigues enfrenta acusações que vão além da pichação. Ela responde pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio público e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Caso seja condenada em todas as instâncias, a pena pode chegar a 14 anos de prisão.
A pichação em si é considerada deterioração de patrimônio tombado, cuja pena máxima é de três anos. No entanto, a inclusão de crimes mais graves eleva significativamente o tempo de reclusão.
Repercussão Política e Pedido de Anistia
O caso gerou forte reação entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Parlamentares aliados, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Hélio Lopes (PL-RJ), argumentam que a pena de Débora é desproporcional e defendem um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
O próprio Bolsonaro manifestou apoio à cabeleireira, pedindo orações por ela e outros detidos. Seus aliados políticos utilizam o caso para reforçar pressões por uma revisão das sentenças aplicadas aos manifestantes.
Próximos Passos no Julgamento
O julgamento de Débora Rodrigues foi suspenso temporariamente após o ministro Luiz Fux solicitar mais tempo para analisar a dosimetria da pena. A expectativa é que o processo seja retomado na sexta-feira, 28 de março, quando novos desdobramentos podem ocorrer.
A decisão sobre o caso será um termômetro importante para outras ações judiciais relacionadas aos eventos de 8 de janeiro e pode influenciar discussões sobre possíveis anistias ou penas alternativas para os envolvidos.
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